por Luciana Dyniewicz
Mercado voluntário sofre com descrença há quase um ano; preços estão estagnados
Com o mercado voluntário de crédito de carbono atravessando uma crise de credibilidade há quase um ano, ferramentas para aumentar a transparência e tentar retomar a confiança do investidor no setor se tornaram o foco das empresas e um dos grandes temas da Conferência das Nações Unidas Sobre Mudança Climática (COP-28). As iniciativas que as companhias estão estudando e desenvolvendo vão desde plataforma digital para registrar projetos a “turismo do carbono”.
“Não é algo orquestrado. É natural que isso (o trabalho para reconstruir a credibilidade) aconteça após a expansão que aconteceu no setor e depois da ocorrência de projetos passíveis de crítica”, diz Luciano Corrêa da Fonseca, sócio da Carbonext, empresa brasileira que desenvolve projetos de carbono. “Está na hora de quem está envolvido no tema construir caminhos para o mercado”, acrescenta.
Os projetos a que Fonseca se refere ficaram conhecidos em janeiro, após o jornal inglês The Guardian, a revista alemã Die Zeit e a organização de jornalismo investigativo sem fins lucrativos SourceMaterial publicarem uma reportagem que mostrava que grande parte dos créditos de carbono reconhecidos pela Verra (a maior certificadora do mundo na área) não compensavam emissões como deveriam. A matéria se baseava em dois estudos que mostravam que, de 29 projetos aprovados pela Verra, apenas oito apresentavam evidências de redução significativa de desmatamento.