Por que o mercado voluntário de carbono é tão importante?

Por Tiago Ricci

Estima-se que o impacto da mudança climática pode reduzir o PIB dos países em desenvolvimento em até 12%, até 2050. Essa projeção negativa, realizada pela S&P, é uma dentre dezenas de outras que são apontadas por intensos estudos anuais em escala global. Nesse cenário, nada animador, seria de se esperar uma mobilização mundial intensa para reduzir a emissão de Gases de Efeito Estufa (GEEs) e, assim, combater o aquecimento global. Mas a verdade é que, apesar dos debates calorosos que ocorrem há décadas, poucos resultados concretos podem ser comemorados.

A mudança do clima representa um dos maiores desafios da humanidade e é fundamental buscarmos soluções eficazes e inovadoras para mitigar os impactos do aquecimento global. Um estudo do Painel Intergovernamental sobre Mudanças Climáticas (IPCC) revelou que a redução na conversão de florestas e outros ecossistemas é a segunda melhor solução para redução das emissões de gases de efeito estufa, só perdendo para o uso de energia solar.

Fonte: Valor

 

 

 


 

Associação que reúne 60% das empresas do mercado de carbono lança guia de “boas práticas após polêmicas”

por Beatriz Capirazi

A Aliança Brasil NBS, que reúne 60% das empresas desenvolvedoras de projetos de carbono no país, lançou um guia de “boas práticas” para o setor, que defende a consulta aos povos indígenas, comunidades tradicionais e quilombolas diante de processos que vão da criação à transação de créditos. A iniciativa é uma resposta aos escândalos que o setor tem acumulado nos últimos meses.

Empresas vêm sendo acusadas de modificar a vida das comunidades tradicionais e apresentar propostas “ilusórias” de melhoria de vida, além de usar cláusulas abusivas na negociação de créditos de carbono em terras supostamente griladas.

Apesar das polêmicas, o mercado de carbono nunca esteve tão em alta, após a aprovação no início de outubro, por unanimidade, do projeto de regulação do setor na Comissão do Meio Ambiente do Senado.

”Diante dessas críticas, a aliança entendeu que era necessário criar um guia de boas práticas em consultas aos povos indígenas, comunidades tradicionais e quilombolas”, afirmou a presidente da entidade, Janaina Dallan, na Conferência Brasileira Clima e Carbono, realizada na quinta-feira, 26.

Fonte: Estadão

 

 

 


 

Governo Lula espera apoio de Lira para para aprovar mercado regulado de carbono antes da COP28

por Pedro Lovisi

O governo Luiz Inácio Lula da Silva (PT) quer conseguir aprovar a regulamentação do mercado de carbono até a COP28, programada para começar em 30 de novembro em Dubai.

Porém, a real viabilidade de se aprovar o texto na Câmara em um mês é questionável. O governo, ciente disso, pede ajuda ao presidente da Casa, o deputado Arthur Lira (PP-AL).

“A gente não tem ingerência sobre a Câmara, mas a nossa expectativa vem também de anúncios do próprio presidente Lira de endereçar esse pacote verde ainda neste ano”, disse José Pedro Bastos Neves, coordenador-geral de estrutura produtiva e sustentabilidade do Ministério da Fazenda.)

A expectativa do governo foi anunciada nesta quinta-feira (26) pelo representante do Ministério da Fazenda durante evento sobre o tema em São Paulo. Ele participou do debate organizado pela Aliança Brasil NBS, que reúne 70% do mercado de créditos de carbono do Brasil.

Nos últimos meses, Lira vem dizendo que a pauta verde é uma das prioridades da Câmara. Foi assim em setembro, quando em evento promovido pela Fiesp e CNI em Nova York elencou os temas da agenda sustentável em discussão no Congresso e afirmou que a regulamentação do mercado de carbono não podia mais ser adiada.

Fonte: Folha

 

 

 


 

Guia de Boas Práticas em Consultas aos Povos Indígenas, Comunidades Tradicionais e Quilombolas

Guia de Boas Práticas em Consultas aos Povos Indígenas, Comunidades Tradicionais e Quilombolas

O Guia de Boas Práticas em consultas aos povos indígenas, comunidades tradicionais e quilombolas foi escrito por desenvolvedores de projetos e organizações do terceiro setor envolvidas na construção de projetos de carbono do Brasil e tem como público-alvo os desenvolvedores que atuam no país.

 


Agenda do clima: eventos sobre mudanças climáticas antecedem a COP 28

por Redação

O ano de 2023 pode ser um dos mais quentes da história, segundo especialistas. Julho terminou sendo o mês com as maiores temperaturas já registradas. Além disso, inúmeros fenômenos relacionados às mudanças climáticas estão cada vez mais graves e afetando a população mundial.

Com isso, países do mundo todo ascenderam o alerta e estão se reunindo para discutir ações para um desenvolvimento mais sustentável e frear o aquecimento global. Na última semana, Nova York, nos Estados Unidos, realizou o Climate Week NYC (Semana do Clima de Nova York, em tradução livre).

O evento contou com a participação de líderes do mundo todo, incluindo o governador do Pará, Helder Barbalho, que defendeu que os países do Norte Global (mais desenvolvidos), financiem a agenda climática de preservação nos países do hemisfério sul, considerados em desenvolvimento.

Além dos eventos que ocorreram até o momento, 2023 também ainda deve ter alguns encontros sobre as mudanças climáticas.

Fonte: Pará Online

 

 

 


 

Evento pré-COP28 da Aliança Brasil NBS será realizado dia 16/10 em São Paulo

por Redação

A Aliança Brasil NBS realiza no dia 26 de outubro, no Cubo Itaú, em São Paulo, a primeira edição da Conferência Brasileira Clima e Carbono – Desafios e Oportunidades para os Mercado de Carbono no Brasil. A proposta da entidade que atua para o fortalecimento das Soluções Baseadas na Natureza (do inglês Nature-Based Solutions – NBS) é reunir profissionais interessados em questões relacionadas à mudança climática e oportunidades do mercado de carbono.

Está prevista a presença de especialistas, acadêmicos e autoridades no evento que funcionará como um encontro pré-COP28. A Conferência do Clima da ONU será realizada no fim do ano em Dubai, nos Emirados Árabes Unidos.

Fonte: Carbon Report

 

 

 


 

Posicionamento sobre o relatório da Senadora Leila Barros quanto ao Projeto de Lei 412/2022

A Aliança Brasil de Soluções Baseadas na Natureza (Aliança Brasil NBS) é uma associação sem fins lucrativos que atua como uma plataforma de cooperação entre empresas e organizações da sociedade civil, visando promover um ambiente de negócios seguro e confiável, baseado em práticas sustentáveis e na proteção do meio ambiente. A instituição reúne 26 organizações (entre desenvolvedoras de projetos, ONGs e organizações de impacto e integridade), que representam, atualmente, mais de 70% dos créditos relacionados ao uso da terra emitidos no Brasil no mercado voluntário de carbono (2022 e primeiro semestre de 2023).

A Aliança Brasil NBS apresenta, abaixo, considerações visando ao aprimoramento do texto do Projeto de Lei em tela.

 

 


 

O agro está fora do mercado de carbono. O que isso significa?

por Sérgio Teixeira Jr. (Capital Reset)

O governo conseguiu apaziguar os ânimos exaltados da bancada do agronegócio e aprovou ontem no Senado o projeto de lei que cria um mercado regulado de emissões de gases de efeito estufa.

Com plantações e rebanhos – a produção primária agropecuária – isentos dos limites de emissões, a Comissão de Meio Ambiente do Senado aprovou por unanimidade o PL 412, que agora segue para a Câmara.

A votação foi resultado de um acordo entre as senadoras Leila Barros (PDT-DF), relatora do PL, e Tereza Cristina (PP-MS), ex-ministra da Agricultura do governo Bolsonaro e representante da Frente Parlamentar da Agropecuária (FPA).

A concessão desagradou setores do governo que queriam enquadrar a atividade econômica que mais emite CO2 no país.

Mas, na prática, isso demoraria anos para acontecer. Medir as emissões do agronegócio é extremamente complicado, e as metodologias para fazê-lo ainda são poucas e recentes. Nenhum mercado regulado do mundo inclui a agropecuária.

A essência do projeto de lei é a criação do Sistema Brasileiro de Comércio de Emissões de Gases de Efeito Estufa (SBCE), um mecanismo de cap and trade semelhante ao vigente na União Europeia desde 2005.

Os entes regulados recebem permissões para emitir uma certa quantidade de poluentes. Quem emitir menos do que sua cota pode vender seu “saldo positivo” para quem excedeu seus limites.

Os tetos ficam progressivamente mais estritos ao longo dos anos, o que encarece o fechamento da conta de carbono – criando incentivos econômicos para a descarbonização.

Em vez de submeter os produtores rurais às obrigações, o PL pretende induzir a descarbonização do campo de outra maneira, via mercado voluntário. (Abatedouros ou plantas de processamento de soja, por exemplo, podem ser regulados.)

A concessão desagradou setores do governo que queriam enquadrar a atividade econômica que mais emite CO2 no país.

Mas, na prática, isso demoraria anos para acontecer. Medir as emissões do agronegócio é extremamente complicado, e as metodologias para fazê-lo ainda são poucas e recentes. Nenhum mercado regulado do mundo inclui a agropecuária.

A essência do projeto de lei é a criação do Sistema Brasileiro de Comércio de Emissões de Gases de Efeito Estufa (SBCE), um mecanismo de cap and trade semelhante ao vigente na União Europeia desde 2005.

Os entes regulados recebem permissões para emitir uma certa quantidade de poluentes. Quem emitir menos do que sua cota pode vender seu “saldo positivo” para quem excedeu seus limites.

Os tetos ficam progressivamente mais estritos ao longo dos anos, o que encarece o fechamento da conta de carbono – criando incentivos econômicos para a descarbonização.

Em vez de submeter os produtores rurais às obrigações, o PL pretende induzir a descarbonização do campo de outra maneira, via mercado voluntário. (Abatedouros ou plantas de processamento de soja, por exemplo, podem ser regulados.)

A ideia é que agricultores e pecuaristas adotem práticas de menor impacto climático, como a redução no uso de fertilizantes químicos. Somando o carbono sequestrado pelo solo, propriedades rurais teriam um saldo positivo de CO2 – que pode ser transformado em créditos de carbono.

Esses créditos (ainda pouco comuns, mas que despertam enorme interesse) podem vir a ser comercializados dentro do próprio mercado regulado, dependendo da aceitação das metodologias pelo SBCE.

Escolher a cenoura em vez da vara faz sentido, diz Shigueo Watanabe Jr., especialista sênior do Instituto Talanoa, centro de estudos dedicado à política climática.

“O mercado regulado não é o instrumento adequado para induzir mudança na agricultura. Não existe vaca elétrica ou plantação de arroz a hidrogênio”, afirma ele.

Além disso, como a produção no campo é pulverizada, a imensa maioria das propriedades rurais ficaria abaixo dos patamares mínimos de emissão e, portanto, estariam fora do alcance da lei.

“Nenhum outro mercado de carbono no mundo exclui o principal setor emissor da regulação”, escreveu no X (ex-Twitter) Tasso Azevedo, coordenador do MapBiomas e idealizador do Fundo Amazônia. Deixar o agro de fora, para ele, significa que o mercado regulado brasileiro está “fadado a ser nanico”.

Mas não teria como ser diferente, diz Natalie Unterstell, colunista do Reset e presidente do Instituto Talanoa. Mesmo que o agro tivesse sido incluído, ainda assim o mercado regulado seria nanico em relação às emissões brasileiras.

Perto do desmatamento, responsável por metade dos gases de efeito estufa lançados pelo país na atmosfera, “tudo fica distorcido”, afirma ela. As estimativas para um sistema de cap and trade sem o agro calculam uma cobertura de 15% das emissões do país.

Fonte: Capital Reset

 

 

 


 

Senado aprova mercado de crédito de carbono no Brasil e exclui agro

por Brasilamaz

Na manhã desta quarta-feira (4), o mercado de créditos de carbono deu um passo significativo para sua regulamentação. A Comissão do Meio Ambiente do Senado aprovou por unanimidade o projeto de lei que visa estabelecer as regras para esse mercado, tido como uma das prioridades do governo federal para o segundo semestre de 2023.

O mercado de crédito de carbono é um mecanismo que busca reduzir as emissões de gases na atmosfera. Ele opera estabelecendo metas de redução e permitindo a venda de quantidades excedentes no mercado. Até o momento, devido à falta de regulamentação, não havia regras claras que estabelecessem um preço uniforme e outros padrões para esse mercado, lacunas que o projeto agora aprovado visa preencher.

Fonte: Brasil Amazônia Agora

 

 

 


 

Mercado de crédito de carbono é aprovado no Senado

por Gabriel Hirabahasi

BRASÍLIA – A Comissão do Meio Ambiente do Senado aprovou por unanimidade na manhã desta quarta-feira, 4, o projeto de lei que regulamenta o mercado de créditos de carbono – considerado uma das prioridades do governo federal para este segundo semestre. O texto tramita em caráter terminativo, ou seja, será encaminhado diretamente à Câmara dos Deputados.

O mercado de crédito de carbono nada mais é do que uma forma de reduzir as emissões na atmosfera, com o estabelecimento de metas de redução, além da possibilidade de venda da quantidade excedente no mercado. Como o mercado ainda não é regulado, faltam regras que estabeleçam um preço único e outros balizadores para este mercado — questão que deve ser sanada com a aprovação do projeto.

 


A aprovação do projeto de lei (PL), que teve sua aprovação postergada por diversas vezes por divergências sobre trechos da proposta, se deu após um acordo da relatora da proposta, a senadora Leila Barros (PDT), com a bancada ruralista e com a oposição, por intermédio do governo federal.

Com o acordo, as atividades primárias do agronegócio ficaram de fora do mercado regulado, sendo oficialmente enquadradas no mercado voluntário de carbono. Assim, atividades como a plantação de cana ou a criação de gado não são obrigadas a aderir ao mecanismo e a se submeter as leis que se tornarão vigentes com a criação da regulação.

 


 

O ministro Alexandre Padilha, da Secretaria de Relações Institucionais, foi inclusive ao Senado para acompanhar a votação e demonstrar o apoio público do governo à proposta e ao texto construído pela relatora.

A oposição concordou, pelo acordo firmado com a relatora após modificações finais no texto, em não apresentar um recurso para que a proposta sena analisada pelo plenário do Senado.

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O projeto de lei cria o Sistema Brasileiro de Comércio de Emissões de Gases de Efeito Estufa (SBCE), que terá o objetivo de regular e fiscalizar o mercado.

 


 

Quem está sujeito ao mercado?

Estarão sujeitas às regras do SBCE empresas que emitem acima de 10 mil toneladas de dióxido de carbono (CO2) por ano. As empresas que emitirem mais de 25 mil toneladas de CO2 terão de seguir regras mais rígidas.

As metas nacionais serão estabelecidas por um Plano Nacional de Alocação feito pelo SBCE, que terá de acompanhar o cumprimento das metas. Caso isso não aconteça, há penalidades previstas, como a multa de até 5% no faturamento bruto da empresa.

 

Fonte: Estadão