Os desafios sociais para a floresta em pé ou reflorestada

por Gabriela Goulart

Os projetos de conservação e remoção de carbono geram benefícios ambientais visíveis e importantes, mas têm perdido a oportunidade de participar de um novo modelo de desenvolvimento e aumentar ainda mais a efetividade dos projetos com a participação e o protagonismo das comunidades do entorno.

De acordo com a Aliança Brasil NBS (2023), o Brasil tem o potencial de representar 15% das oportunidades globais em soluções baseadas na natureza (SBN) e isso pode ser materializado em projetos que reduzem ou removem carbono, os quais estão distribuídos em áreas públicas e áreas privadas.

Em visão de mercado, de acordo com a McKinsey & Company (2021), estima-se que o valor do mercado voluntário de carbono será de cerca de US$ 50 bilhões (mais conservador) a US$ 100 bilhões até 2030. O Brasil pode representar de 5% a 37,5% desse mercado.

O carbono vinculado às SBN é uma promessa de alinhar a economia com a floresta em pé. E, de fato, mesmo com todas as críticas e revisões das metodologias e padrões do mercado voluntário, a contribuição de projetos que reduzem e removem carbono tem um efeito bastante significativo para a mitigação do impacto climático.

Fonte: T.I Inside

 

 

 


 

Mercado de carbono: empresas lançam iniciativas para recuperar confiança após crise de credibilidade

por Luciana Dyniewicz

Mercado voluntário sofre com descrença há quase um ano; preços estão estagnados

Com o mercado voluntário de crédito de carbono atravessando uma crise de credibilidade há quase um ano, ferramentas para aumentar a transparência e tentar retomar a confiança do investidor no setor se tornaram o foco das empresas e um dos grandes temas da Conferência das Nações Unidas Sobre Mudança Climática (COP-28). As iniciativas que as companhias estão estudando e desenvolvendo vão desde plataforma digital para registrar projetos a “turismo do carbono”.

 

“Não é algo orquestrado. É natural que isso (o trabalho para reconstruir a credibilidade) aconteça após a expansão que aconteceu no setor e depois da ocorrência de projetos passíveis de crítica”, diz Luciano Corrêa da Fonseca, sócio da Carbonext, empresa brasileira que desenvolve projetos de carbono. “Está na hora de quem está envolvido no tema construir caminhos para o mercado”, acrescenta.

 

Os projetos a que Fonseca se refere ficaram conhecidos em janeiro, após o jornal inglês The Guardian, a revista alemã Die Zeit e a organização de jornalismo investigativo sem fins lucrativos SourceMaterial publicarem uma reportagem que mostrava que grande parte dos créditos de carbono reconhecidos pela Verra (a maior certificadora do mundo na área) não compensavam emissões como deveriam. A matéria se baseava em dois estudos que mostravam que, de 29 projetos aprovados pela Verra, apenas oito apresentavam evidências de redução significativa de desmatamento.

Fonte: Estadão

 

 

 


 

Mercado de carbono faz ofensiva na COP28 para reverter crise

por Sérgio Teixeira Jr.*

Acossados por denúncias de falta de integridade e fraudes, participantes anunciam iniciativas de um sistema ‘imperfeito, mas que já existe’.

DUBAI – “Desafiador” é a descrição mais ouvida sobre o ano que passou, mas para o mercado voluntário de créditos de carbono 2023 foi um “annus horribilis” em todos os sentidos.

Na COP28, com o apoio da presidência da conferência, a indústria tenta mostrar que não só pode sobreviver à crise de credibilidade como sair fortalecida. O mercado voluntário é onde créditos de carbono gerados por desenvolvedores de projetos os vendem a empresas que querem compensar espontaneamente, e não por imposição regulatória, suas emissões de gases de efeito-estufa.

A reação a denúncias de fraudes, exageros e violações de direitos de populações vulneráveis já vinha acontecendo nos meses que antecederam a conferência do clima, e em Dubai o setor veio mostrar ao mundo uma espécie de contraofensiva.

Fonte: Capital Reset

 

 

 


 

Estados travam mercado de carbono na Câmara e já vendem créditos para estrangeiros

Serra do Lajeado, no Parque Estadual do Lajeado, em Palmas (TO) - Fernando Alves/Governo do Tocantins

por Pedro Lovisi*

A pressão de governadores para que estados possam desenvolver projetos de crédito de carbono no mercado voluntário em paralelo à iniciativa privada travou na Câmara a tramitação da proposta que pretende regular o mercado no Brasil.

Estados da Amazônia Legal querem que o projeto de lei autorize as unidades da federação a comercializar créditos de carbono gerados em todo o território estadual, inclusive em áreas privadas. Hoje, Tocantins e Acre já vendem créditos desse tipo.

O crédito, que equivale a uma tonelada de CO2 que deixou de ser emitida na atmosfera, pode ser vendido pelo responsável pela redução, por exemplo, uma empresa ou a União.

O relator do projeto de lei na Câmara, o deputado Aliel Machado (PV-PR), resiste em ceder à pressão de governadores. Rascunho do relatório ao qual a Folha teve acesso diz que os estados têm o direito de desenvolver projetos apenas em áreas públicas, como em unidades de conservação.

Na semana passada, o Consórcio Amazônia Legal, que reúne os governadores da região, divulgou um manifesto criticando a atual versão do relatório -ainda não protocolado oficialmente.

Fonte: Folha de São Paulo

 

 

 


 

Colocar o agro no mercado de carbono seria uma grande vantagem para o setor

por Lucas Guaraldo*

“Colocar o agro no mercado de carbono regulado seria uma grande vantagem para o próprio setor porque preserva sua capacidade produtiva futura. Temos uma agricultura que é o carro-chefe da economia e que depende da chuva para irrigação. Essa chuva é estabilizada justamente pelas florestas, então quando o agronegócio se coloca fora da discussão desse mercado regular, a gente perde uma oportunidade enquanto país e eles enquanto setor”, defendeu André Guimarães, diretor executivo do IPAM (Instituto de Pesquisa Ambiental da Amazônia), durante audiência pública realizada pela Frente Parlamentar Mista da Transição Climática Justa que reuniu pesquisadores, economistas, diretores comerciais e representantes do Ministério do Meio Ambiente e Mudança do Clima e do Ministério Público.

Fonte: IPAM

 

 

 


 

Entenda o que são e como funcionam os créditos de carbono

por Guilherme Naldis

Diante dos esforços para reduzir as emissões de carbono e refrear o aquecimento global, algumas empresas passaram a, voluntariamente, reduzir seu impacto ambiental e, até mesmo, ajudar na restauração da natureza. Quando fazem isso, algumas toneladas de carbono deixam de ir para a atmosfera.

Esse “deixar de poluir” pode ser certificado por uma empresa terceira e independente que gerará um certificado. Esta certificação, conhecida como crédito de descarbonização, pode ser vendida para outras empresas e países que ainda enfrentam dificuldades para cumprir os acordos internacionais como o Tratado de Paris.

Até mesmo os investidores pessoas físicas podem entrar nesse mercado e contribuir com a preservação do planeta e o combate às mudanças climáticas. Bora entender como!

Fonte: [B3] Bora Investir

 

 

 


 

Participantes questionaram a ausência do agro no mercado de CO2 e governança prevista no PL

Audiência pública na Câmara dos Deputados durou cerca de 3h30 e teve presença em massa de representantes do mercado

A Comissão de Meio Ambiente e Desenvolvimento Sustentável da Câmara dos Deputados realizou audiência pública, nesta segunda-feira (20/11), sobre o mercado voluntário de carbono no Brasil. A sessão de aproximadamente três horas e meia reuniu representantes do governo e do mercado. Um dos pontos de convergência entre os presentes foi de que a aprovação de um arcabouço legal antes da COP28 dá vantagens estratégicas e geopolíticas ao Brasil nos fóruns internacionais.

Outro ponto citado por alguns dos participantes é relacionado ao agronegócio. “O agro, na minha opinião, está de bobeira. Poderia estar entrando nesse mercado”, disse André Guimarães, diretor-executivo do Instituto de Pesquisa Ambiental da Amazônia (IPAM). Segundo ele, o mais importante é que, com isso, o país perde oportunidade, lembrando que 50% do desmatamento no Brasil está associado a atividades relacionadas ao agronegócio.

Fonte: CarbonReport

 

 

 


 

Por que o mercado voluntário de carbono é tão importante?

Por Tiago Ricci

Estima-se que o impacto da mudança climática pode reduzir o PIB dos países em desenvolvimento em até 12%, até 2050. Essa projeção negativa, realizada pela S&P, é uma dentre dezenas de outras que são apontadas por intensos estudos anuais em escala global. Nesse cenário, nada animador, seria de se esperar uma mobilização mundial intensa para reduzir a emissão de Gases de Efeito Estufa (GEEs) e, assim, combater o aquecimento global. Mas a verdade é que, apesar dos debates calorosos que ocorrem há décadas, poucos resultados concretos podem ser comemorados.

A mudança do clima representa um dos maiores desafios da humanidade e é fundamental buscarmos soluções eficazes e inovadoras para mitigar os impactos do aquecimento global. Um estudo do Painel Intergovernamental sobre Mudanças Climáticas (IPCC) revelou que a redução na conversão de florestas e outros ecossistemas é a segunda melhor solução para redução das emissões de gases de efeito estufa, só perdendo para o uso de energia solar.

Fonte: Valor

 

 

 


 

Associação que reúne 60% das empresas do mercado de carbono lança guia de “boas práticas após polêmicas”

por Beatriz Capirazi

A Aliança Brasil NBS, que reúne 60% das empresas desenvolvedoras de projetos de carbono no país, lançou um guia de “boas práticas” para o setor, que defende a consulta aos povos indígenas, comunidades tradicionais e quilombolas diante de processos que vão da criação à transação de créditos. A iniciativa é uma resposta aos escândalos que o setor tem acumulado nos últimos meses.

Empresas vêm sendo acusadas de modificar a vida das comunidades tradicionais e apresentar propostas “ilusórias” de melhoria de vida, além de usar cláusulas abusivas na negociação de créditos de carbono em terras supostamente griladas.

Apesar das polêmicas, o mercado de carbono nunca esteve tão em alta, após a aprovação no início de outubro, por unanimidade, do projeto de regulação do setor na Comissão do Meio Ambiente do Senado.

”Diante dessas críticas, a aliança entendeu que era necessário criar um guia de boas práticas em consultas aos povos indígenas, comunidades tradicionais e quilombolas”, afirmou a presidente da entidade, Janaina Dallan, na Conferência Brasileira Clima e Carbono, realizada na quinta-feira, 26.

Fonte: Estadão

 

 

 


 

Governo Lula espera apoio de Lira para para aprovar mercado regulado de carbono antes da COP28

por Pedro Lovisi

O governo Luiz Inácio Lula da Silva (PT) quer conseguir aprovar a regulamentação do mercado de carbono até a COP28, programada para começar em 30 de novembro em Dubai.

Porém, a real viabilidade de se aprovar o texto na Câmara em um mês é questionável. O governo, ciente disso, pede ajuda ao presidente da Casa, o deputado Arthur Lira (PP-AL).

“A gente não tem ingerência sobre a Câmara, mas a nossa expectativa vem também de anúncios do próprio presidente Lira de endereçar esse pacote verde ainda neste ano”, disse José Pedro Bastos Neves, coordenador-geral de estrutura produtiva e sustentabilidade do Ministério da Fazenda.)

A expectativa do governo foi anunciada nesta quinta-feira (26) pelo representante do Ministério da Fazenda durante evento sobre o tema em São Paulo. Ele participou do debate organizado pela Aliança Brasil NBS, que reúne 70% do mercado de créditos de carbono do Brasil.

Nos últimos meses, Lira vem dizendo que a pauta verde é uma das prioridades da Câmara. Foi assim em setembro, quando em evento promovido pela Fiesp e CNI em Nova York elencou os temas da agenda sustentável em discussão no Congresso e afirmou que a regulamentação do mercado de carbono não podia mais ser adiada.

Fonte: Folha