por Domingos Zaparolli
Brasil tem potencial para receita de US$ 7,5 bi por ano em 2030 apenas com créditos obtidos por meios naturais.
O mercado voluntário de crédito carbono no Brasil ainda é incipiente, mas apresenta um grande potencial. Segundo a Aliança Brasil NBS, associação que reúne organizações que promovem iniciativas Nature-Based Solutions (NBS), os 50 principais projetos brasileiros de redução ou remoção de carbono já evitaram a emissão de 31,8 milhões de toneladas de carbono equivalente (CO2 e) na atmosfera. Levando em consideração o tempo de duração dos projetos, na casa dos 30 anos, o impacto total desses projetos pode atingir 192 milhões de toneladas de CO2 e evitados.
Cada tonelada evitada gera um crédito, comercializado livremente entre a desenvolvedora do projeto e interessados, geralmente empresas que buscam mitigar suas pegadas de carbono por convicção dos dirigentes ou exigência de stakeholders e consumidores.
“Nossa estimativa é que esses projetos tenham gerado uma receita de pouco mais de US$ 100 milhões em negócios com créditos de carbono”, afirma Janaina Dallan, presidente da Aliança Brasil e fundadora da Carbonext.
A estimativa leva em consideração que cerca de metade dos créditos gerados tenham sido comercializados por um preço médio um pouco superior a US$ 6 nos últimos anos. O valor, porém, não é preciso, uma vez que inúmeras negociações se dão em caráter particular. O preço considera os atributos socioambientais de cada projeto e a disposição de valorização destes atributos pelo comprador.